10 July 2006

Aquilo que eu tava falando antes

"A Crispin Porter + Bogusky, de Miami, está produzindo um roteiro de filme para seu cliente Burger King. Pretende começar a rodar ainda no 2o semestre. A historia gira em torno de um personagem que mora num apartamento em cima de um restaurante da rede de fast food. A agência está tentando vender a ideia para 20th Century Fox ou para a Universal Pictures. Procura parceiros para financiar e distribuir o filme. A propria Crispin será investidora e ficará com parte da bilheteria. Ainda nao há definiçao sobre diretor ou elenco - a intençao é usar jovens talentos e nao estrelas de Hollywood. Pretende produzir um filme de baixo orçamento que consiga ser cult - e nao uma comedia adolescente."

Pros peixes de fora... a Crispin é a agência q todas as agências estão falando agora... andam levando um monte de prêmios e fazendo muita coisa de mídia integrada, trabalhando todos os meios e não se limitando a fazer um comercialzinho aqui e um anuncinho acolá. Outro diferencial é q eles tão fora do eixo tradicional das agências (Londres, NY, Amsterdam, etc).

Isso me lembrou outra coisa. Acho que foi tipo em 97 ou 98. A MPM Lintas, multinacional que eu trabalhava, foi comprada por dois americanos fodões lá, Ralph Ammirati e Martin Puris. E multi tem aquela coisa, rola uma compra e muda tudo (ao menos conceitualmente). Então alguns meses depois da compra a gente recebeu um texto da apresentação do fodão mundial da agência, o Martin Puris, falando sobre a visão dele do negócio da propaganda. E era um negócio muito interessante. Duas coisas me chamaram a atenção... uma foi o conceito de Brand Experience, que hoje é total arroz com feijão mas que na época ainda tava meio que em gestação, aquele lance Niketown e talz. Nunca vou me esquecer que o cara citava o Mickey Mouse, dizendo que era uma das maiores ações de Brand Experience da história, vendendo a Disney nas mais diversas mídias. Aquela coisa.

Bom, mas a outra coisa que me chamou a atenção foi um parágrafo do Martin Puris se perguntando por que as agências não começavam a escrever roteiros de filmes ou de peças de teatros pras marcas. Na época me pareceu algo um tanto quanto insano e nadaver e veja vc q hoje está começando a rolar.

Claro que na hora um certo purismo tomou conta de mim quando li essa notícia da Crispin, mas vamos ser honestos: 90% dos filmes que passam no cinema parecem ser escritos e produzidos por MÁS agências de propaganda.

Enfim. É de se prestar atenção nisso tudo. Onde é que vamos chegar? Vai saber...