06 December 2006

MTV, Play TV, Ivete & Submarino

A MTV anunciou em coletiva ontem que está abrindo mão definitivamente dos clips como carro chefes. O motivo é óbvio: ninguém mais precisa perder tempo esperando na frente da TV pra passar o clip da sua banda predileta encontrando tudo com facilidade não só no You tube como googleando ou no próprio MTV Overdrive.

A mudança também tem a ver com a ameaça da Play TV, que tem a manha de fazer algo que a MTV está demorando pra fazer: cruzar as referências pop e tecnologia. O programa de maior audiência da Play TV é o Combo Fala + Joga, no qual o entrevistado bate papo enquanto joga games em vários consoles com a apresentadora Luísa.
Eu fui lá ser entrevistado em julho no Combo (representando os Walverdes) e me chamou muito a atenção todo o astral da Play TV, tinha no ar um certo lance de novidade que não sei explicar muito bem. Pode ser um detalhe, mas quando você chega numa empresa onde tem console de videogame na recepção, alguma coisa tem ali...

Gente como eu, "trintões alternativos" (e seus derivados), ainda vai choramingar mais por que "a velha MTV que era boa". Mas a real é essa: se parar na frente da TV à espera de um clip legal da sua banda preferida ou de opinões relevantes é algo de outra era de mídia.

De qualquer maneira, voltando ao público entre 12 e 18, vale prestar atenção nisso tudo pq pelo jeito mais um paradigma clássico de consumo está caindo, aquele velho "público jovem assiste MTV".

Um adendo, eu estava pensando agora: resta saber se mesmo o público entre 12 e 18 não vai sentir falta das atrações mais pop ligadas a clip, como o Disk MTV. Fiquei curioso pra saber a audiência do TVZ do Multishow...


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Enquanto isso, a Rolling Stone anuncia Ivete Sangalo como sua próxima capa, com a chamada "Rainha do Verão". Motivo de infarto para quem curtiu o Iggy Pop na capa da última, mas eu acho extremamente adequado: goste-se ou não do som, tá mais do que na hora de Ivete ser reconhecida como a diva pop brasileira por alguém que não seja a Rede Globo ou os milhões de fãs por todo o Brasil.

Também me parece que esse movimento determina bem a que a Rolling Stone veio, esse mapeamento mais cultura pop geral e menos música do que a Bizz (que continuo mantendo como minha revista preferida nesse sentido). Fico curioso pra saber que tipo de público a Rolling Stone vai pegar, ou se vai construir um público.

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Achei muito massa esse comercial, não só pela idéia em si (de uma simplicidade massa), mas também por ele terminar com uma proposição bem focada no que a empresa faz. É meio que uma indicação de um novo caminho talvez, uma vez que nos últimos 5 anos a TV esteve cheia de comerciais baseados na lógica estritamente emocional estilo "Filtro Solar".