Roupa de Sair

Tava pensando nisso essa semana. Quando eu era pequeno, digo, quando eu era menor, havia uma divisão clara no meu guarda-roupa: tinha a roupa de sair e a roupa de brincar. Acho que todo mundo tinha um pouco isso, manter algumas peças intactas do areião da pracinha e da correria na frente do prédio.

Depois a divisão mudou um pouco e ficou assim: roupa de usar (pra qualquer hora) e roupa de reunião (pra reuniões mais importantes).

Roupa de reunião pra mim precisa incluir uma camisa social. Não precisa ser das mais caretas nem precisa ser pra dentro das calças, mas eu aprovo campanhas com muito mais facilidade se estou de camisa e menos mulambento. Isso não é nem por quem está assistindo, mas pra mim mesmo: me sinto mais seguro pra apresentar. A camisa social é um escudo, dá uma segurança, uma solenidade ao momento. Não conseguiria apresentar certas campanhas de camiseta do Nirvana. Com alguns clientes funciona, mas é uma minoria.

Às vezes eu tenho a Roupa de Tocar também, que consiste basicamente de camisetas que eu gosto, que são confortáveis e que também me deixam mais seguro. Camisetas muito grandes, tipo rapper, não me caem bem, não por estética, mas porque fica tudo muito solto e, sei lá, é esquisitão.

Às vezes a Roupa de Tocar se confunde com a Roupa de Reunião: no show do Porão do Rock em Brasília, talvez por ser nosso maior show até hoje, fiz questão de tocar de camisa, uma das camisas que uso pra ir em reuniões. Tocar de camisa de reunião é bom, sempre me lembro de um clip do Jesus Lizard...

Mas acaba que não consegui definir regra alguma... tocar, trabalhar, sair, reunião... meio que tudo se confunde... só nao consigo, como o Patrick, tocar de chinelo... acho que eu cairia ou não conseguiria apertar os pedais...

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Tem também Roupa de Festas de Final de Ano. Mas a Roupa de Natal acaba sendo uma pequena variação mais informal da Roupa de Reunião. Assim como a Roupa de Ano Novo é mais ou menos a mesma, só que com uma camisa clara como sugere a Ana Maria Braga.

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Desde que eu comecei a ter contato com "o mundo da moda", meus gastos com roupas melhoraram... aprendi uma regra importante: às vezes vale a pena pagar mais caro e ter uma peça que dura mais e que não fica bagaceira um ou dois anos depois. Tenho um tênis Adidas que é um belo exemplo: ele nem custou tão caro, mas era bem mais caro que os similares genéricos... mas hoje eles ainda estão lá inteiros enquanto que os genéricos de um amigo meu rasgaram no primeiro ano de uso. Fué.

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Sempre tive simpatia por tênis Adidas desde que os Beastie Boys apareceram usando um modelo Superstar na capa do Check Your Head. Naquela época Adidas era artigo de luxo, não tinha em qualquer loja do shopping, então tive que comprar uma cópia braba de uma marca de segunda, a Regazone. Mas nos últimos anos a Adidas anda até que lançando bastante coisa diferente aqui nas suas lojas próprias ou mesmo nas grandes redes de calçados... essa semana encontrei e comprei um modelo Superskate fantástico e por um preço bem do razoável. É dessa linha Adidas Originals, onde reeditam tênis das antigas.

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Só usei terno na minha vida duas vezes, por causa da minha irmã: ela debutando e ela casando. O terno é outra coisa que parece que te dá uma importância... não é pra menos que executivos e seguranças são tão arrogantes...

Mas eu passo... deusolivre usar terno regularmente... os que eu usei eram alugados, não precisei comprar.

Toc toc toc... vou bater na madeira... só porque estou falando isso garanto que vou ter que comprar agora...

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Quanto blablablá inútil... é que eu trabalhei pra cacete nos últimos 20 dias. Fora as questões pessoais... eu teria muito a escrever sobre esse trabalho, coisas de hábitos de consumo de massa em diversas regiões do brasil que eu cruzei com a indústria do entretenimento e com o meio independente... é engraçado porque coisas como o rock estar na moda ou festas darem certo ou errado ou ondas de festivais independente... nada disso é desligado de contextos sociais e econômicos... mas isso é assunto pra outra hora...