Long Tail & Web 2.0
No blog do Chris Anderson, editor da Wired e criador da teoria de Long Tail, tem dois posts interessantes. Um falando que 2006 foi o pior ano para os álbuns blockbusters e outro mencionando as quedas de público e arrecadação dos filmes blockbusters. Tudo isso, claro, nos Estados Unidos.
A tal Long Tail (olha o gráfico no blog que tu vai entender) se refere à pulverização do consumo de grandes produtos de massa devido às facilidades da tecnologia online. Um exemplo claro: o iTunes faz tanto dinheiro com álbuns top 40 quanto com canções aleatórias soltas compradas por usuários com gostos particulares e obscuros. Ou, pra deixar mais fácil: em vez de 1 milhão de usuários comprando um álbum do Nickleback, você tem 10 milhões de usuários comprando cada um uma música do Architetures in Helsinki, daquele cantor de jazz esquecido, da tiozinha da esquina que tocava banjo na década de 70 e por aí vai. Conforme me explicou um colega de trabalho mais entendido em mercado, a "Cauda Longa" é característica de mercados maduros economicamente falando. No Brasil, por exemplo, o furo é mais embaixo e talvez tenhamos consumo de produtos únicos de massa, mas tudo se pulveriza nas marcas similares mais baratas, nas cópias e na produção informal.
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No Tzal, blog do Eduardo Pinheiro, tem um artigo bem interessante com um olhar sobre a Web 2.0 que eu ainda não tinha captado. É em inglês e recheado de termos específicos de filosofia (que ele estuda na UFRGS), mas com algum esforço vale a pena chegar no cerne da questão, que me parece ser a criação de experiências de web cada vez mais personalizadas não só na produção, mas na classificação e interligação de conteúdo. É louco.
O que pode ser um problema também... eu, por exemplo, sou o tipo de consumidor de templates prontos e estou me educando muito lentamente. Cheguei a cogitar trocar o blogger por outras ferramentas mais exuberantes, mas tudo me parecia mais complicação.
Taí o porquê do sucesso do conceito de curadoria hoje nas mais diversas áreas: é muita coisa... é preciso ter alguém ou uma rede de pessoas confiáveis (marcas não, pessoas e redes de pessoas) avalizando algumas escolhas, especialmente em áreas em que você se interessa mas não domina.
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Minha relação com esse blog é muito curiosa. Eu tinha a pretensão de estabelecer um jeito de fazê-lo quando comecei mas a verdade é que a cada duas ou três semanas eu aprendo que existe um jeito novo de me relacionar com ele: pra que ele serve, como alimentá-lo, como ele faz eu me relacionar com os assuntos e com as pessoas que o lêem. Volta e meia, você deve notar, tem uma coisinha nova aqui. E tudo meio tosco já que não sei nada de html. Me movimento dentro do template.
(Aliás, uma coisa que eu gostaria de tentar alcançar é um design decente. Cada vez mais acredito que um bom design é uma maneira de colaborar para uma sociedade melhor no meio de tanta informação e tanta confusão.)
Vejo que nunca vou ter esse blog do jeito que eu quero, mas parece nesse movimento de tentar chegar numa definição é que as coisas andam. Fluir com isso não chega a ser uma decisão consciente ou "zen". É praticamente uma necessidade pra que esse processo não se torne pesado e vire um obstáculo em vez de uma coisa legal.
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Se tu quer ler um pouco mais sobre futuro da web, vale comprar a Rolling Stone desse mês, com a Ivetona na capa. Tem uma matéria da RS gringa com os gurizes que estão ficando ou prestes a ficar milionários graças à segunda bolha que parece se formar. É interessante pra ver a direção que as coisas estão tomando e também pra ter contato com essa cultura americana de transformar empresários em ídolos pop.
Ah: a matéria sobre a Ivete (do Vladimir Cunha) também é boa e ainda tem um ótimo relato do Alex Antunes visitando o set do filme novo do Zé do Caixão como repórter e como figurante.
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Mais um link: Internet 2007 Predictions.