30 January 2007

Só podia ser matemática



Micro-making-off do Michel Gondry fazendo estudos para o clip de Star Guitar do Chemical Brothers. Quem não conhece o clip, vale a pena ver antes.

Se ver o trabalho do cara já é incrível, saber como ele faz não me deixa menos surpreso. Quer dizer... eu imaginava que seria algo assim o processo de trabalho dele... mas é incrível a junção de raciocínio matemático e de processos com o fato dele conseguir coisas tão tocantes e incríveis... tudo bem... o pessoal do jazz e da música eletrônica também é nessa pilha. Pra mim, que vim duma escola "liga o pedal e vai", é sempre incrível ver esse outro tipo de processo. E aprender um pouco.





Falando em Gondry, ontem vi Mais Estranho Que a Ficção. É nessa pilha Gondry/Charles kaufman, pega bem mais leve no sentido piração e sofisticação de raciocínio. Mas ainda assim, tem várias boas piadas, é um filme muito muito bonito (estetica e emocionalmente) e tem um finalzinho que me emocionou direto.

É um filme extremamente "humano" com todas as acepções que essa palavra pode ter, especialmente na diária batalha das pessoas contra a rotina e contra o incontestável fato que uma hora, não sabemos quando, vamos morrer. Eu continuo achando muito estranho isso, o fato de que um dia vou morrer. Mas me parece que é verdade.

Rotina e consciência da morte: uma coisa é totalmente ligada à outra: anulando-se o pensamento de morte, fica mais fácil se entregar à rotina e à indiferença. Anulando-se à rotina, as pequenas mortes da vida ficam mais aparentes. Claro q entre um pólo e outro há infinitos matizes.

Em todos os casos: que haja lucidez.