Snack Culture & LoRez Culture
Pois então, sobre essa coisa de Snack Culture. Não tenho muito o que adicionar, creio. É aquilo ali mesmo: estamos vivendo uma época com tanta coisa acontecendo que precisamos de pequenos thumbnails de absolutamente tudo pra podermos experimentar tudo que for possível. Anteontem estava no Marcos e conversamos sobre o blog dos Walverdes, ele está em coma e vem morrendo há horas porque não alimentamos mais ele. O fotolog assumiu o papel de conectar as pessoas interessadas na banda e hoje ele funciona melhor nesse sentido porque é um recorte mais rápido para a conexão: a pessoa vai ali, vê a foto, comenta, ponto final. Não tem intermináveis posts com links levando a outros caminhos. Muito trabalho.
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A mania atual de colecionar beijos em festas. Beijar 27 pessoas, não ficar com nenhuma. A radicalização do processo de "ficar", criado na geração anterior. O thumbnail da sensação física. Snack culture.
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De minha parte, acho um pouco palha essa questão de Snack Culture. Digo, como thumbnail pra dar uma olhada, tudo bem. Mas como "estilo de vida" corre o perigo de não se assumir qualquer compromisso. Passa-se de uma coisa pra outra sem um envolvimento maior. E, pior: ainda dá pra tentar disfarçar com uma idéia superficial de "desapego" que no fundo signfica "medo".
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Eu tenho tentado evitar transformar esse blog num blog de snacks, simplesmente jogar links e jpgs e videozinhos embedados. Te muito disso por aí. Muito Fandangos.
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Por outro lado, esse post tá todo em pequenos snackzinhos. Tu vê.
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Mas sobre Snack Culture você lê na Wired. Aqui eu pensei em começar a desenvolver a idéia da LoRez Culture, a idéia de que estamos cada vez mais aceitando a baixa resolução como parte integrante da vida.
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Essa ficha me caiu quando eu estava no stand da Petrobrás no Proxxima. Na parede havia uma IMENSA imagem do prédio da Petrobrás no Second Life. Um detalhe: os pixels eram do tamanho de uma mão. Era uma imagem de baixa resolução, em certos aspectos algo de baixa qualidade. Mas não é que seja de baixa qualidade, é o código visual do meio, o Secnd Life é todo low-resolution. E mesmo que as pessoas já estajam acostumadas com outro patamar de resolução em animação computadorizada e em games, no Second Life ainda se aceita porque é o standard da plataforma.
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Da mesma forma, acho incrível que eu filmo coisas no meu celular e mostro pra todo mundo. São uns filmezinhos podres, pixelados, total lo-fi. Mas todo mundo, inclusive eu, acha o máximo. Tem pessoinhas pequenas dentro do celular! Sensacional. Realmente não me importo com a baixa resolução.
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E tem cada vez mais gente assistindo curtas-metragens, clips, seriados no computador. Olha o que é esse hábito que temos de ficar assistindo coisas naquela janelinha podre do You Tube! A imagem não é nem de perto o que temos na TV.
Mas o conteúdo é tão mais interessante do que na TV que, honestamente, azar é da resolução. De que adianta comprar TV de Plasma ou LCD e assistir o DVD da Celine Dion?
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A mobilidade compensa a baixa resolução: tudo bem que o som do laptop não se compara ao da TV e as fotos no celular não se comparam às fotos em papel ou de uma câmera boa. Mas esses dois aparelhos vão pra onde eu quero.
É, estou ficando mimado.
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Funk carioca. Aquele monte de músicas compostas com samples toscos: pura lo-res culture. Por outro lado, eles não abrem mão de algo essencial no som: os graves e subgraves. Aí entra uma necessidade de definição.
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Mp3: pura baixa resolução. Som comprimido, graves comprometidos. Ainda mais ouvidos nas caixinhas de som do computador, que rezam pela cartilha dos médios e agudos.
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A grande ameaça: que comecemos a nos acostumar a snack culture e lorez culture nas relações humanas.
Há de se ficar atento.
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Outra questão: baixa resolução é coisa de terceiro mundo? Tenho a impressão que os gringos são mais obcecados com hi-def.
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PROPOSTA:
Tenho trabalho a fazer, mas gostaria de mapear mais esse lance da cultura de baixa resolução. Alguém me ajuda? Mandem suas sugestões pelos comentários ou pelo email lá em cima.