03 April 2008

The rise and fall of uncool

pra cima de moá não


Eu sou fã do trabalho e da postura da Santa Clara, uma das agências de publicidade que parece ter melhor sacado o novo momento da comunicação.

Mas esse artigo na Creativity foi meio viagem. Eu explico.

A agência assinou um texto decretando "The birth of uncool", celebrando o uncool como um respiro em meio ao mar de coolzismo que existe no meio publicitário. Diz lá:

"Decidimos nos erguer e defender o uncoolness da humanidade. Porque o Homem, esse macaco pelado, é incrivelmente uncool. Nós roncamos. Nós temos mau hálito de manhã. Nós temos barriga de cerveja. Nós peidamos e arrotamos, mesmo em silêncio. Se pegos desprevenidos, nós sorrimos pras fotos de bebê da Anne Gedde.

Somos uncool. Uncool é o natural. O cool é uma armadura que colocamos no dia-a-dia para sobreviver no século 21 e colocar comida na mesa, garantindo a sobrevivência da espécie."



Enfim. A iniciativa é ótima, mas eu só vejo um problema: o uncool também é uma potente armadura e costuma ser largamente utilizado para os objetivos originais do cool.

O Brasil é um país onde o uncool é largamente celebrado. Nunca vou me esquecer do dia em que o Fernando Meirelles foi entrevistado no tapete vermelho do Oscar e declarou para o repórter: "Olha, a gente não sabe bem o que está fazendo aqui, nós somos meio que penetras nessa festa."

A síndrome do Saltimbanco. O cool em ser uncool. Está por toda parte.

Cuidado.