22 May 2006

Bolhas e coisas do tipo

Não sei quanto a vocês... mas a gente que trabalha com publicidade é toda semana soterrado com NOVIDADES: tendências, manias, hábitos, comportamentos, etc e tal. 99% deles não dão em nada e na verdade, se agregados e observados, fazem parte de UMA só grande onde com diversos desdobramentos. Mas os espertos estão aí para ganhar dinheiro em cima de tudo - ao menos durante algum tempo.

O Podcast é uma dessas coisas. O futuro do rádio, dizem. Talvez, quem sabe... quem vai dizer ao certo? Pra mim é a bolha do podcast. Tem um monte de gente fazendo só por fazer e no fim das contas é apenas um arquivo de mp3 de longa duração. Tá bom, pode ser mais do que isso, mas pra ser mais do que isso precisa de 3 coisas:

- conteúdo decente
- público
- noção, que basicamente é o q faz as duas coisas acima se encontrarem

Quando uma novidade dessas surge, o que acontece numa agência é q aparecem alguns clientes desesperados pra entrar na nova onda, custe o q custar. E às vezes custa a NOÇÃO. Todo mundo tem que ter podcast? Não. Todo mundo vai ouvir podcast? Não. Todo mundo está ligado em podcast? Não. Gente, vamos ser honestos: quantas pessoas tem mp3 player hoje no Brasil? 6?7?

Por outro lado, tudo bem: daqui a pouco os camelôs (os agentes de inclusão social tecnológica desse país) fazem o trabalho q ninguém quer fazer e todo mundo vai ter mp3 player.

Enfim. Não estou dizendo q não acho q iss deve ser explorado, testado e feito... mas q se faça direito né. Ou não também. Azar.

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A Lula e Baleia. Filmezinho bem massa, Wes Anderson style, mas bem menos pegado na direção de arte e tal. Mas o que interessa: uma história super bem contada sem grandes pirotecnias. Tem todo o contexto, o casal de pais do filme são escritores/intelectuais novaiorquinos na década de 80 e tal. Então rola que os dois resolvem se separar e tentar levar tudo de um jeito "racional" e "correto". Mas é óbvio que tudo que acompanha qualquer dissolução não se deixa encaixotar em nada e as coisas começam a lentamente degringolar. Enfim. Muito bonito, absurdamente humano.

Mais: a trilha. Do pessoal do Luna. Excelente trilha e música incidental.

E como o Marcos frisou: Jeff Daniels. O cara já fez Debi Lóide. Incrível, né.

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Semana passada rolou Cordel do Fogo Encantado aqui no Trama Universitário. Perdi o Mombojó, maldiçã. Mas fiquei atônito (sempre quis usar essa palavra) com o show do Cordel. Não é algo que eu ouça em casa e tal, mas o que eles fazem com a platéia é inccrível. Devia ter umas 2 mil pessoas declamando POEMAS entre as músicas. Isso é um feito. Vai dizer.

No dia seguinte, o evento da Red Bull. Uma super experiência... sempre gosto de tocar com músicos de diferentes backgrounds, você SEMPRE aprende coisas interessantes. Teve o debate, futuro da música: me parece que está todo mundo de acordo q é melhor derrubar as barreiras. Nem todo mundo se dispõe e nao é fácil... mas eu acho muito mais divertido.

A jam session começou absolutamente caótica e por muito tempo eu achei que não fosse a lugar algum, estava começando a querer me esconder. Mas no fim das contas todo mundo foi se entendendo, fechamos num beat de bpms baixos, riff simples, quanto mais a coisa foi ficando simples, melhor pros vocalistas rimarem. Apareceu mais MCs, até um breakdance rolou.

Aqui dá pra baixar o som, mas legal mesmo foi ao vivo, todo mundo batendo palmas num clima gospel... só ouvir não tem a mesma graça...

Recomendo a qualquer um que seja apaixonado por música a se inscrever no Academy da Red Bull. Não é propaganda não... eu realmente achei o projeto massa. Passar duas semanas em Melbourne com um monte de gente que curte som só produzindo e tocando? Demorô... não se apavorem com o questionário de CATORZE páginas: vale a pena responder. Regulamento e outros quetais no site acima aí.