Novos hábitos
Rola que sábado passado eu cheguei em casa da balada e em vez de sentar na frente da TV pra dar uma zapeada antes de dormir, fui pra frente do computador assistir stand-ups de comediantes no You Tube, como se fosse o zapping da TV (engraçado isso, a palavra zapping de repente envelheceu).
Talvez muita gente ache isso meio bobagem e até óbvio, mas eu costumo me surpreender com esses pequenos detalhes. Como ir em shows e ver um monte de braços levantados com celulares e câmeras digitais apontando pro palco.
Por enquanto ainda são questões localizadas e restritas (nem todo mundo tem internet rápida & etc...), mas é uma questão de tempo. Semana passada passei por um outdoor que anunciava celular com câmera por dez vezes de 15 reais. Não faz muito um celular com câmera custava mais de mil reais.
Lembro de novo, acho que já citei umas duas ou três vezes aqui, uma matéria do The Economist do início do ano que falava que eram os celulares (com câmera, agenda, email e mp3 player) e não os computadores que iam promover a tal da inclusão digital.
Bom, o PCC que o diga.
Também é engraçado que se a parcela mais pobre da população pode ter acesso a avanços tecnológicos nos camelôs, é graças a outra parcela pobre que isso ocorre. Tou falando dos trabalhadores orientais, aqueles carinhas que ganham uma merrequita, não têm direitos trabalhistas, e abastecem o mundo com tudo quanto é tipo de objeto onde, se você virar de cabeça pra baixo, se lê Made in China.