Bienal
Chiho Aoshima. City Glow. Tentei ir atrás do vídeo, mas no You Tube não tem nenhum muito bom.
Então olha pra essas imagens e imagina que isso é um grande aquário. É mais ou menos isso. Mas quem é o peixe? Eu sou o peixe.
O Francis Alÿs, que já andou empurrando um cubo de gelo por aí, juntou 400 estudantes de engenharia da Universidade de Lima para mudar uma duna de lugar com pás. Chama "Quando a fé move montanhas" e pode parecer a bobagem do mundo.
Mas eu acho que não é. E o brilho nos olhos das pessoas que participaram é um argumento que eu usaria para defender o meu ponto de vista.
E tem a sala do William Kentridge. Tudo escuro. Muito escuro. Projeções em todas as paredes. Ele desenhando. Ele desenhando ao contrário. Re-encenação do Viagem à Lua dos Irmãos Lumière... opa... quer dizer, como corrigiu o Sapo, Geroge Meliès. Formigas em negativo vivendo na tela. Tinta, uma mulher nua, um homem desenhando. É tipo um quebra-molas de percepção. Ou você freia, sobe e desce, tendo que olhar tudo ao seu redor com mais atenção, ou vem o baque - e a atenção à força.
E nem os mapas da Rivane Neunschwander. Pintados em cima de restos de papel destruídos pela chuva. Com uma espécie de nuvem sobre as nossa cabeças. Literalmente.
Steve Roden. Sai som desse troço. Sons cujas notas musicais estão ordenadas de acordo com uma codificação que relaciona o desenho ao nome das constelações estelares. Tu vê só.
***
O cara sai depois de ver tudo isso - e muito mais - com vontade de compartilhar. E de fazer coisas.
E eu saí pensando muito na variedade de explicações e perguntas e visões sobre o problema básico humano, que é a instabilidade das coisas.