Uzumaki
Trailer do filme baseado na série de mangás de Junji Ito. Três volumes foram lançados pela Conrad (distribuição setorizada, aqui tá no segundo) e comprei por total acaso, na vontade súbita de ler alguma coisa japonesa de horror. Vi numa banca, não gostei muito da capa, mas uma rápida folheada me chamou a atenção e no fim das contas foi uma das coisas mais interessantes que li nos últimos tempos, muito embora eu não tenha lido muito quadrinhos. A última coisa que me pegou foi o Preacher e o Éden durante alguns meses.
Mas, enfim, em Uzumaki tudo gira em torno de uma cidadezinha do interior do Japão onde "estranhos eventos começam ocorrer" envolvendo "espirais". O pai de um rapaz começa a se viciar em tudo que leva espirais, a fumaça do crematório municipal sobe aos céus em formato espiral, o vento faz mais redemoinhos com a poeira das ruas e nas águas de um regato, até mesmo os cabelos de uma menina viram ameaça de terror por causa de seus redemoinhos. A forma geométrica e o relacionamento de um jovem casal são os fios condutores por histórias que envolvem diferentes moradores da cidade e as diferentes manifestações que a obsessão por espirais revela. Altamente recomendável, pelas idéias legais, pela narrativa super bem construída. Pelo jeito, Ito é um mestre do que está se convencionando chamar J-Horror, mais um dos infindáveis rótulos espalhados por aí.
O melhor é que, ao que tudo indica, existem apenas esses três volumes. Ou seja, não é aquela coisa de mangás intermináveis que você tem que colecionar pra toda vida ou tramas que dão saltos e viradas complexas que te obrigam a ficar lendo e relendo várias vezes um arco (como aconteceu comigo em Éden, que acabei abandonando...)
O filme parece ser um capítulo à parte, fugindo um pouco do padrão The Ring e indo mais em direção a coisas timburteanas, lyncheanas e jeanjeunetianas, como revela esse site. Irei atrás das espirais...
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Falando nisso, há algumas semanas eu comecei um conto de horror. Olha, sabe que até começou bem... mas não estou tendo a manha de terminar. Aniuêi... uma hora sai, acho que antes do fim do ano, porque até conversações a respeito de um curta-metragem baseado nessa história já rolaram...